domingo, 17 de agosto de 2014

NUSKINHA CONTRATADA

Nádia Almeida, mais conhecida por Nuskinha, é uma jogadora “frenética”, que nunca desiste de um lance e que mobiliza toda a equipa para o bem comum.
É assim que te definimos e é assim que te vemos. Vieste integrar um grupo de atletas que estão numa curva ascendente da carreira. Tu, certamente, esperavas acabar os teus dias na Rede Jovem Mogege. Houve um infortúnio que te obrigou a reposicionar as tuas expetativas e compromissos futuros. Transformaste a curva da tua carreira numa nova curva ascendente e motivadora. E neste hiato surgimos nós, Santa Luzia.
 
Conforme nos disse o mister Sérgio Carvalho:
A Nuskinha era inegociável e manifestou sempre a vontade de acabar a sua carreira desportiva na casa que a ajudou a crescer. Quis o destino que assim não fosse. Há um misto de sentimentos. A tristeza de vermos um projeto de topo a terminar; a satisfação de podermos trabalhar juntos. A Nuskinha tem uma grande maturidade competitiva e vem acrescentar essa componente à nossa equipa. Tem uma dinâmica de jogo muito completa, quer a nível defensivo quer a nível ofensivo. É uma jogadora de eleição com quem eu terei muito prazer em trabalhar.
 
A tua atitude competitiva cativou-nos. Estás, felizmente, recuperada de uma lesão que te afastou dos últimos jogos da competição. Vens com muita vontade de voltar a jogar e de mostrar que o teu valor está intacto. Integras um grupo de jogadoras jovens, mas com muito trabalho realizado no último ano. Podes adiantar-nos quais foram os motivos que te levaram a mudar de ideias, e em vez de abandonares a modalidade, aceitares integrar o nosso projeto?
Não vou esconder que o que aconteceu com a “minha equipa”, a Associação Rede Jovem Mogege, me fez repensar o meu futuro no futsal até porque queria mais que ninguém que o projeto continuasse e desse frutos num futuro próximo. Quis o destino que assim não fosse e recebi a proposta do Santa Luzia com algumas reticências… Queria continuar a jogar com as minhas colegas e isso foi um aspeto determinante na minha decisão. As condições que me foram apresentadas foram fantásticas e foi possível conjugar tudo para que eu ingressasse num clube que tem apostado forte e bem na continuidade do futsal feminino. Espero poder retribuir tudo o que esperam de mim e ajudar o Santa Luzia a crescer e se possível ganhar títulos com as minhas novas cores. Estou ansiosa por começar porque estive muito tempo parada, mas sinto-me preparada para mais um desafio e espero que juntos consigamos fazer algo bonito este ano.
 
O teu jogo é um jogo muito bem estruturado. Achamos que tens no teu aspeto defensivo a tua maior arma. Concordas? Como te defines como jogadora?
Quando comecei a jogar futsal, fui preparada pelo meu treinador Bruno Azevedo para conseguir jogar em todas as posições. Ele conseguiu ensinar-me todos os aspetos ofensivos e defensivos que eram necessários para tal. Não sou uma jogadora de fortes desequilíbrios ofensivos e por isso sinto-me melhor a jogar numa posição mais recuada e a partir daí criar espaços com passes de rotura ou mesmo em tabelas simples com as jogadoras mais ofensivas da equipa. Talvez por ser baixinha tenha mais facilidades em roubar bolas mais difíceis e conseguir iludir as adversárias quando estas têm que decidir para que lado “me vão fugir”. Sou uma privilegiada por ter tido treinadores que me incutiram o facto de ter que saber trabalhar bem com os dois pés e sei que isso também é um aspeto muito importante e que me favorece dentro da quadra. Adoro jogar bom futsal e sei que posso fazê-lo com as minhas colegas de equipa, para se possível conseguir por em prático o que de melhor sei fazer.
 
O Santa Luzia reforçou o seu plantel, acrescentando maturidade à qualidade emergente do nosso plantel. Trazes essa maturidade e experiência. Como pensas contribuir para a melhoria do jogo da equipa?
Não sou assim tão experiente a nível futsalístico… Jogo há 8 anos, mas joguei vários anos futebol de 11 e tive a felicidade de ir ganhando experiência em todos os campeonatos que joguei. Encontrei na minha “carreira” grandes jogadoras que me ajudaram a crescer e a ganhar maturidade neste desporto. Quero com isto dizer que espero poder fazer com as minhas novas colegas mais novas o que outras jogadoras fizeram por mim. Vou aprender também com elas e espero poder passar-lhes algo que elas possam usar no presente e no futuro como jogadoras e também como mulheres. Estamos aqui a pensar para os nossos botões: com tantos anos de futsal nas pernas, o que levará a Nuskinha a traçar como metas num futuro próximo? De onde lhe sai a motivação que faz dela uma jogadora de referência? Apesar de jogar há alguns anos, infelizmente não são muitos os troféus que ganhei… não escondo que quero um dia ser campeã nacional ou ganhar a Taça de Portugal. Espero que ainda vá a tempo de alcançar um destes objetivos e se possível neste clube.
 
E por conseguinte, diz-nos que objetivos definiste para a tua estada no Santa Luzia?
Exatamente como atrás referi, quero tentar vencer uma das competições nacionais. Quero ganhar sempre como qualquer atleta, mas também se sabe que o campeonato está muito competitivo e longo e será um objetivo para tentar cumprir nos próximos anos.
 
Até onde achas que podemos ir esta época?
Espero que longe. Sei que temos uma equipa bastante equilibrada, o que é muito importante, com atletas experientes e jovens jogadoras com sede de ganhar. Acho que o objetivo inicial é tentar passar a primeira fase e depois ir jogo a jogo. Na Taça de Portugal é chegar o mais longe possível e tentar a final four. Se tudo correr bem e não houver contratempos, vamos longe.
 
O Santa Luzia tem uma ambição de deixar a sua marca no futsal português e, muito pronunciadamente, no futsal de Viana do Castelo. Podes dizer-nos como era visto por fora o Santa Luzia?
Joguei poucas vezes contra o Santa Luzia, mas das vezes que joguei deu para ver que é uma equipa bastante organizada e com um apoio dentro e fora da quadra que impressiona. Os adeptos são assíduos e puxam muito pela equipa. Cresceram muito de há dois anos para cá e espero que assim continue.
 
Quais, no teu entendimento, foram os pontos fortes da nossa equipa na época que terminou?
A nível do jogo acho que a combinação da experiência das atletas mais antigas com as mais jovens que demonstraram grande qualidade foi um aspeto que o mister Sérgio conseguiu trabalhar muito bem. A nível “externo”, a organização do clube foi fundamental para chegarem onde estão hoje.
 
O campeonato nacional estará diferente na próxima época. Subiram novas equipas, com novas ambições e com novas jogadoras cheias de motivação para “mostrar serviço”. Como analisas o atual estado do futsal feminino quanto ao nível e quantidade de praticantes da modalidade?
Como disse anteriormente, joguei vários anos futebol de 11 e o campeonato era muito pouco competitivo. Poucas equipas, poucas praticantes e pouca motivação pela falta de apoios que havia. Quando mudei para o futsal vi que as coisas eram diferentes… muitas equipas, muita competitividade e muita qualidade nas praticantes. O futsal feminino evoluiu bastante e continua a evoluir, as equipas reforçam-se sempre muito bem e isso é um aspeto determinante para que a qualidade aumente em todos os aspetos.
 
Tu foste uma jogadora que vieste do futebol há muitos anos atrás, tendo inclusive representado a nossa seleção nacional sub-19. Hoje já há, na nossa opinião, um modelo de jogadora de futsal, resultante do trabalho (pouco) de formação que se faz pelo país. Concordas?
Sim, sem dúvida. “Na minha altura” não existia formação no feminino, as atletas começavam aos 14 anos como seniores e isso não ajudava a que evoluíssem corretamente. Todas precisamos do nosso tempo para assimilar conceitos e ganhar maturidade desportiva e isso era impossível, lançavam-se as miúdas sem bases para o meio de jogadoras já formadas e experientes. Hoje em dia, e felizmente, já existe formação (mesmo sendo pouca) e na minha modesta opinião, penso que a peça chave para que a qualidade aumente e melhore de ano para ano.
 
Relativamente à competitividade do campeonato nacional, como perspetivas que será o nível da próxima edição?
Penso que será igual ou melhor do que no ano transato. A época passada foi de experimentação e ainda assim conseguimos mostrar a muita gente que há imensa qualidade e competitividade no futsal feminino. Este ano, com mais experiência de todas as equipas, penso que será ainda melhor, pelo menos é o que espero. É fantástico chegar ao final da época e sentir-se que conseguimos proporcionar grandes espetáculos aos adeptos que tiraram um bocadinho do tempo deles para nos irem ver e ajudar a fazer crescer também o futsal feminino.
 
E, por último mas não menos importante, quais são as tuas expetativas relativamente ao desempenho da nossa equipa – Santa Luzia – no próximo campeonato?
As melhores! Estou motivada e cheia de vontade que comece o campeonato para podermos mostrar a quem ainda “desconfia” de nós que seremos uma equipa forte e a ter em conta. Tentar vencer um jogo de cada vez e chegar o mais longe possível.
 
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